sexta-feira, 4 de agosto de 2017

RECURSOS NATURAIS: PRODUÇÃO X CONSUMO

"Estamos viviendo a costa de los recursos naturales de las futuras generaciones."
Juan Carlos del Olmo - Secretário Geral da WWF Espanha 

1969. O consumo mundial até esse período se dava no mesmo ritmo que a produção, situação que ano a ano foi se degradando em função da exploração contínua e progressiva das fontes naturais da terra e do mar.

Segundo a Global Footprint Network (GFN), uma ONG que se preocupa com o gerenciamento dos recursos naturais e mudanças climáticas, em 2017, a capacidade que tem o planeta de se regenerar de forma sustentável, levando-se em conta um período anual, se esgotou em 02 de agosto de 2017, antes de todos os anos que se tem registro.
A Terra vista da Apollo 17 - NASA, 1972.

Quando os cientistas começaram a medir o “orçamento ecológico anual”, em 2007, concluíram que o consumo dos bens naturais extrapolaria o limite daquele ano a partir de 19 de dezembro, ou seja, durante os restantes doze dias do ano, consumiríamos mais do que o planeta teria capacidade de produzir.

É possível notar que esse cálculo é feito, comparando o consumo total da humanidade com a capacidade da Terra de regenerar, em um ano, seus recursos naturais.

Diante deste comparativo, deduz-se que a cada ano o consumo anual é maior e retrocedem as datas-limite anuais de equilíbrio entre produção e consumo.

De acordo com a GFN, hoje, estamos consumindo o equivalente a 1,7 planetas Terra. Alguns países classificados como “desenvolvidos”, segundo a ONG, apresentaram os seguintes parâmetros ecológicos relacionados ao consumo natural e capacidade de regeneração da natureza em seus territórios – ver Tabela 1.

TABELA 1 –   CONSUMO ANUAL ACIMA DA CAPACIDADE DE REGENERAÇÃO DO PLANETA
Tabela 1 - Extrapolação do consumo de recursos naturais em relação à capacidade de regeneração da Terra.   

O desflorestamento, a escassez de água, a erosão do solo e os assoreamentos dos rios, a perda de biodiversidade e o aumento de dióxido de carbono na atmosfera são resultado da exploração humana, desmedida, dos recursos do planeta. Isto acontece porque, por exemplo, pescamos, cultivamos e desflorestamos além das nossas necessidades. E em relação ao desmatamento, emitimos mais dióxido de carbono do que as árvores conseguem absorver.

Segundo a Global Footprint Network:

1.  Se as emissões de dióxido de carbono fossem reduzidas à metade, o “dia de esgotamento da Terra” se atrasaria em 89 dias, ou seja, o superávit de recursos naturais duraria até novembro;

2.  Reduzir à metade o desperdício de comida também contribuiria para a diminuição do impacto sobre a natureza, aumentando a capacidade do sistema em 11 dias. Conforme a ONG, um terço da comida produzida no mundo para consumo humano, cerca de 1.300 milhões de toneladas, é inadequadamente utilizada ou desperdiçada, representando cerca de 9% das reservas ecológicas;

3.  Nas cidades as “contribuições” mais significativas para o aumento do desequilíbrio ecológico são as gestões de transporte público, os sistemas de aquecimento e o aumento populacional, relacionado diretamente ao controle de natalidade.


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