sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

TATURANAS

Nos meses de dezembro e janeiro elas aparecem. São comuns no sul do Brasil. Antes, há uns 30 ou 40 anos, predominava por aqui a taturana preta com a cabeça vermelha que a gente chamava de "bicho-cabeludo" ou "maranduvá". Nos dias atuais se vê taturanas de várias espécies, inclusive a que é conhecida como taturana-assassina que até o final da década de 1980 só era encontrada no Amapá. É possível que os desmatamentos na região norte do país tenham contribuído para a extinção de algum provável predador desse tipo de taturana. Especulo que por causa do aumento desenfreado da população desses bichos, eles resolveram se expandir para outros lados e vieram parar aqui.

Um bairro de Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, está infestado pelos tais maranduvás. Não são as Lonomia obliqua (nome científico da taturana-assassina), mas tomaram conta das ruas, das casas e caem até nas camas das pessoas, enquanto estas dormem. E queimam!

Quanto à Lonomia obliqua (ver foto), esta é perigosa porque possui um veneno que inibe a formação de fibrina no indivíduo vitimado pela sua queimadura. A fibrina é responsável pela coagulação do sangue e a sua diminuição pode causar graves hemorragias. O Entomologista do Butantan, Roberto H.P. Moraes, especialista em insetos, dá o quadro resultante: "A pessoa sangra pelo nariz, pelas gengivas e por vários órgãos do corpo". A gravidade do caso depende da toxina liberada pela lagarta.

As árvores são o local favorito desses bichos, e o risco é maior se alguém, por acidente, toca em várias lagartas ao mesmo tempo. Quando isso ocorre, é necessário que se busque socorro médico imediato. O antídoto para a toxina da taturana é o soro antilonômico, desenvolvido pelo Instituto Butantan, em 1995.


No site http://www.macrofotografia.com.br/, de Tacio Philip, é possível visualizar vários tipos de lagartas e muitas outras espécies de insetos. Vale ir lá conferir.

E para não deixar dúvidas: Queimadura de taturana pode matar.

Foto: Mundo Estranho - setembro/2002.

3 comentários:

Unknown disse...

Olá Sérgio!Estive em Barra Velha/SC e meu filho pisou em um bicho cabeludo.Pegamos o bicho e fomos p Joenville rápido, pois não sabiamos do que se tratava.Teve uma queimadura no pézinho.Mas tudo deu certo e foi só local.Nunca vi o tipo que ele pisou.É branca, qdo ele pisou, se enrolou toda, está desde 31/12 viva sem oxigenação (não sei como isso pode).Trouxe ela p MG, aonde moro e ainda não morreu o desgraçado do bicho cabeludo.Agora está num potinho de coleta, com os pelos todos caindo e continua viva!!!Q tipo será esse...Aguardo informações de onde posso pesquisar!Obrigada, Danielle.

Sérgio M. P. Fontana disse...

Danielle,

Peça orientação a um Centro de Controle de Zoonoses da sua cidade ou de uma cidade próxima à sua. Normalmente esses centros são administrados pelas prefeituras dos municípios e têm equipes especializadas para identificar e catalogar várias espécies de animais, bem como prestar informações à população sobre os cuidados a serem adotados para evitar acidentes [ou, se não der para evitar, os procedimentos a serem tomados em caso de acidentes] com lagartas e outros bichos.

Um abraço e boa sorte.

Sergio Fontana.

Juliano disse...

Postei um vídeo no youtube lonomia oblíqua e outros animais no fim do vídeo aparece a lonomia oblíqua pelo menos eu acho. Você poderia ver o vídeo e comparar com a sua imagem e dizer o que você acha eu acho que é? desde já agradeço o nome do usuário é Juliano no youtube

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2021, 25 de dezembro. Observem e analisem a imagem mostrada em anexo e tentem adivinhar, sem consultar o Google, em que cidade se localiza ...